Como saber se um produto é de fato ECOLÓGICO, qual o grau de sustentabilidade, quais os impactos que são gerados no nível ambiental, social e econômico?
Na quinta de abril, dia 16, a Design ao Vivo realizou a palestra aberta “Avaliação de Ciclo de Vida – ACV”, ministrada por Paola Karina, Doutora em Innovation, Accounting, Environment and Finance pela Universidade G. DAnnunzio, e faz parte da equipe de pesquisa da Phd. Cássia Ugaya, na Utfpr.
A ACV é uma ferramenta de avaliação do desempenho de produtos ao longo de todo o seu ciclo de vida – do berço ao túmulo. O diagnóstico percorre todo o processo, desde a extração dos recursos naturais, passando por todos os elos industriais de sua cadeia produtiva, pela sua distribuição e uso, até sua disposição final, avaliando os seguintes itens: energia, água, Co2, combustível fóssil em cada uma das etapas, além de considerar perdas e ganhos do ponto de vista social e econômico. Atualmente são dados de base para a certificação da ISO 14.040.
Os passos da ACV estão internacionalmente padronizados pela Society of Environmental Toxicology and Chemistry (SETAC) e pela International Organization of Standardization (ISO), compõem-se das fases interativas de Definição do Objetivo e Escopo, Análise do Inventário, Avaliação de Impactos do Ciclo de Vida e Interpretação.
Desta forma, a técnica pode ser utilizada em diferentes aspectos do desenvolvimento de um produto como:
– Desenvolvimento e melhoria do produto;
– Definição de planejamentos estratégicos e políticas públicas;
– Gestão de impactos ambientais de produtos e serviços e;
– Marketing ecológico responsável.
“De acordo com a Norma ISO 14040: “A Avaliação de Ciclo de Vida é uma técnica de Gestão Ambiental para determinar os aspectos ambientais e impactos potenciais associados a um produto: juntando um inventário de todas as entradas e saídas relevantes do sistema, avaliando os impactos ambientais potenciais associados a essas entradas e saídas, e interpretando os resultados das fases de inventário e impacto em relação com os objetivos de estudo”. É possível medir produtos e processos industriais relativos, em recorte de localização, matriz energética, favorecimentos geográficos.
Segundo a UNEP (2003), se apresentam as categorias de impacto em que os dados do inventário podem ser classificados, separando-as em categorias de entrada e saída, relacionando a cada uma delas os possíveis indicadores gerados. Em Categorias relacionadas a Entrada temos Extração de Recursos abióticos e consequente Escassez de recursos, e Extração de recursos bióticos, Escassez de recursos, considerando a taxa de reposição.
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Transformando em projeto de Ecodesign, neste inventário importa os dados apresentados para tomada de decisões estratégicas tanto com vistas ao futuro quanto a análise de um ‘retorno ao passado’, no sentido de reintegração de elementos da natureza e da sociedade.
- Inovação: a ACV é realizada para avaliar o impacto ambiental de melhorias de produtos, desenvolvimento de produtos ou inovações técnicas.
- Planejamento estratégico: O estudo de ACV é realizado para avaliar o impacto ambiental de cenários estratégicos;
- Comparação: O estudo de ACV é realizado para avaliar se um produto ou sistema atende certos padrões ambientais, ou se é ambientalmente mais correto do que outro produto ou sistema;
- Afirmação comparativa divulgada ao público: O estudo de ACV tem como objetivo fornecer uma declaração ambiental a respeito da superioridade ou equivalência de um produto versus um produto concorrente que realiza a mesma função;
- Promover a concepção de novos produtos;
- Analisar as origens dos problemas relacionados a um determinado produto e propor melhorias
Paola se deteve em seus estudos na Itália, do ACV aplicada a sociedade, parte mais atualizada da metodologia sobre os impactos sociais gerados por uma produção, área mais nova de pesquisa na Europa, aos poucos sendo adaptada as configurações brasileiras.
A palestra sobre ACV dá continuidade à série de palestras abertas do Programa de Especialização em Ecodesign, ligando as cenas atuais motivadas a diagnóstico da realidade, para dar a base para construção de cenários futuros.
No dia 2 de abril foi realizada a palestra “Energia Fotovoltáica e Carros Elétricos”, com a presença do professor Luis Maccarini, Engenheiro Eletrônico, especialista em sistemas de Geração Fotovoltaica e Veículos Elétricos.
Luis falou sobre as vantagens da energia solar: a aplicação, a facilidade de construção de painéis, o custo que se dissolve com o tempo, o aquecimento de água, aquecimento de interiores, além da conversão de energia em luz/iluminação. Outro aspecto potencial é a possibilidade de doar energia para o sistema da servidora estadual, permitido pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, por sistema de compensação de energia, da resolução normativa 482.
Além disto, Maccarini que é um entusiasta das atividades da engenharia a favor da mobilidade nas cidades, a sustentabilidade ao acesso de todos, demonstrou uso em projetos de construções construção civil, aplicação em escolas de educação alternativa em Porto Alegre, Viamão e Florianopolis, e obras de todos os tipos e transporte, com dados estatísticos do benefício para o planeta! e para o bolso do usuário….